Quer sair da poupança, ganhar liquidez e ainda ter proteção do FGC? O CDB (Certificado de Depósito Bancário) é um dos jeitos mais simples de fazer o dinheiro render CDI (ou taxa fixa/IPCA). Neste guia 2025, você aprende como o CDB funciona, a diferença entre liquidez diária e prazo, como comparar taxas e montar uma escada de vencimentos para não ficar sem caixa.
CDB em 1 minuto
- O que é: título emitido por bancos para captar dinheiro.
- Como rende: pode ser pós-fixado (ex.: % do CDI), prefixado (taxa fixa ao ano) ou atrelado à inflação (IPCA + juros).
- Risco: do banco emissor (não do governo).
- Proteção: FGC (até o limite vigente por CPF e por instituição/ conglomerado).
- IR: tabela regressiva (22,5% a 15% sobre o lucro), cobrado no resgate/vencimento.
Regra rápida: pós-fixado CDI para caixa e reservas; prefixado/IPCA+ para metas com prazo e tolerância a marcar preço.
Tipos de CDB (qual serve para você)
1) CDB Pós-fixado (CDI)
- Indicado para reserva de oportunidade e objetivos de curto/médio prazo.
- Liquidez diária (geralmente) → pode sacar a qualquer momento em dias úteis.
- Compare pelo % do CDI (ex.: 100%, 103%, 108%…).
2) CDB Prefixado
- Taxa travada na compra (ex.: 12% a.a.).
- Bom quando você acredita que juros vão cair e quer garantir uma taxa.
- Sem liquidez até o vencimento na maioria dos casos (ou sofre marcação a mercado).
3) CDB IPCA+
- Protege o poder de compra: paga IPCA + juros reais (ex.: IPCA + 6% a.a.).
- Ideal para metas de médio/longo prazo (acima de 2–3 anos).
- Pode oscilar no meio do caminho (marcação a mercado).
Liquidez diária x prazo: o que muda na prática
- Liquidez diária: saque a qualquer momento; rendimento normalmente % do CDI menor que prazos longos.
- Prazo fechado (180, 360, 720 dias…): costuma pagar taxa maior, mas sem resgate antes (ou com perda).
- Como decidir: combine um “balde de liquidez” (CDB CDI D+0/D+1) para emergências com tranches de prazo para melhorar a taxa média.
FGC (proteção inteligente)
- Cobre até o limite vigente por CPF e por instituição/conglomerado.
- Diversifique emissores: se for aplicar valores altos, espalhe entre bancos diferentes para manter cobertura.
- FGC cobre principal + juros até o teto, em caso de intervenção do emissor.
Imposto de Renda (tabela regressiva)
- Até 180 dias: 22,5%
- 181 a 360 dias: 20%
- 361 a 720 dias: 17,5%
- Acima de 720 dias: 15%
Dica: se faltar pouco para cair a alíquota, evite resgatar antes.
Como comparar CDBs (checklist em 5 pontos)
- Emissor e rating: bancos menores pagam mais, mas têm risco maior (aqui entra o FGC e sua diversificação).
- Taxa vs. prazo: CDI x% por Y dias. Normalize para CET líquido considerando IR.
- Liquidez: D+0/D+1 para caixa; prazos para melhorar taxa.
- Custos: corretora/banco geralmente não cobra taxa; confirme.
- Objetivo: curto (liquidez) ou médio/longo (prefixado/IPCA+).
Estratégias simples
A) Base de liquidez (CDB CDI D+0/D+1)
- Deixe reserva e previsíveis em CDB 100–105% do CDI (ou mais, se achar).
- Saques rápidos, sem “preso no vencimento”.
B) Escada de Vencimentos (Ladder)
- Divida o valor em 3–5 prazos (ex.: 6, 12, 24, 36 meses).
- Todo semestre/ano vence uma parte; você reinveste com taxa do momento.
- Reduz risco de “entrar na taxa errada” de uma só vez.
C) IPCA+ para metas reais
- Objetivos de 3–5 anos (pós-graduação, entrada de imóvel): use IPCA+ para garantir ganho real.
Erros comuns (e antídotos)
- Colocar tudo no maior % do CDI sem olhar emissor/limite FGC → diversifique.
- Ignorar IR regressivo → resgatar antes da faixa menor reduz seu líquido.
- Confundir liquidez do app com do título → cheque D+0/D+1 e vencimento.
- Prefixado sem reserva → pode precisar vender com perda antes do prazo.
Exemplos práticos (números ilustrativos)
- R$ 20.000 — reserva + metas 12–36 meses
- R$ 8.000 em CDB CDI D+0 (liquidez)
- R$ 6.000 em CDB CDI 12 meses (taxa maior)
- R$ 6.000 em CDB IPCA+ 36 meses (proteção real)
- R$ 50.000 — busca de taxa + prudência
- R$ 15.000 CDB CDI D+1 (100–105% do CDI)
- R$ 20.000 prefixado 24 meses (travando taxa)
- R$ 15.000 IPCA+ 48–60 meses
Passo a passo (10 minutos para investir)
- Abra conta em corretora/banco com oferta variada.
- Transfira via PIX.
- Filtre: emissor, tipo (CDI/prefixado/IPCA+), prazo e liquidez.
- Compare taxa líquida estimada e limite FGC.
- Compre e ative um lembrete para revisar ao vencer.
FAQ rápido
CDB rende diariamente?
Pós-fixados acumulam rendimento diário; você vê no extrato.
Pode perder dinheiro?
Mantendo até o vencimento e com FGC dentro do limite, o risco é baixo. Prefixado/IPCA+ podem oscilar no meio do caminho se você vender antes.
CDB é melhor que Tesouro Selic?
Para liquidez e segurança, Tesouro Selic é referência. Alguns CDBs batem o Selic no líquido quando pagam CDI alto. Compare taxa líquida, liquidez e risco do emissor.
Checklist (printável)
- Objetivo e prazo definidos
- Base de liquidez com CDB D+0/D+1
- Escada de vencimentos para taxa média melhor
- Limite FGC respeitado por emissor
- Tipo correto: CDI (caixa), Prefixado/IPCA+ (metas)
- Calendário de vencimentos e reaportes
Conclusão
O CDB é versátil: serve de cofre líquido e de trilho de juros para prazos maiores. Monte sua base em CDI, some degraus de prazo e, para metas longas, considere IPCA+. Com diversificação, FGC e IR regressivo em mente, você turbina o rendimento sem complicar — e com segurança de quem sabe o que está fazendo.