Se a dúvida “CDI ou poupança?” ainda te ronda, é sinal de que seu dinheiro pode estar rendendo menos do que deveria. Em 2025, entender como funciona cada opção — e quando usar — é o caminho mais curto para preservar poder de compra e fazer o dinheiro trabalhar de verdade. Este guia direto e premium explica diferenças, prós e contras, traz comparações numéricas e um passo a passo para escolher sem erro.
O que é CDI e como ele rende
O CDI (Certificado de Depósito Interbancário) é uma taxa de referência da renda fixa no Brasil, muito próxima da Selic.
Produtos como CDBs, fundos DI e alguns pós-fixados costumam render um percentual do CDI (ex.: 100% do CDI, 110% do CDI).
Tradução prática: se o CDI está em 10% ao ano, um CDB que paga 100% do CDI rende cerca de 10% a.a. bruto (antes de impostos e taxas).
Como a poupança rende
A poupança segue uma regra simples:
- Quando a Selic é maior que 8,5% a.a., a poupança rende 0,5% ao mês + TR.
- Quando a Selic é menor ou igual a 8,5% a.a., rende 70% da Selic + TR (ao ano).
Vantagens: isenção de IR, simplicidade e liquidez. Limitações: rendimento geralmente inferior ao CDI em cenários de juros médios/altos e “aniversário” para crédito de juros.
Comparação honesta: quem rende mais na prática?
1) Em cenários de Selic alta (≥ 8,5% a.a.)
- Poupança: ~0,5% ao mês + TR ⇒ ~6%–7% a.a. (depende da TR).
- CDI/CDB a 100% do CDI: tende a superar a poupança mesmo após IR quando o CDI está bem acima de 8,5% a.a.
2) Em cenários de Selic moderada/baixa (≤ 8,5% a.a.)
- Poupança: 70% da Selic + TR (isenta de IR).
- CDI: ainda competitivo, mas a isenção da poupança pode aproximar os retornos se você comparar líquido (após IR).
Regra de bolso: com juros médios/altos, pós-fixados ao CDI tendem a vencer; com juros muito baixos, a isenção da poupança pode encurtar a diferença — compare sempre líquido.
Exemplo numérico ilustrativo (didático)
Suponha CDI de 10% a.a. e TR próxima de 0%:
- CDB 100% do CDI
- Bruto: 10% a.a.
- IR (supondo prazo > 2 anos → 15% sobre o ganho): 10% × 0,85 = 8,5% a.a. líquido.
- Poupança
- ~6,17% a.a. líquido (isenta de IR).
Resultado: neste cenário, CDB 100% do CDI entrega ~8,5% líquido, acima da poupança.
Se o CDB pagar 110% do CDI, o líquido aproximado sobe para ~9,35% a.a. (didático).
Observação: números ilustrativos para comparar lógicas. Consulte as taxas vigentes antes de decidir.
Impostos, custos e liquidez
- CDI/CDB/Fundos DI:
- IR regressivo sobre os juros (22,5% até 180 dias → 15% acima de 720 dias).
- IOF somente se resgatar antes de 30 dias.
- Em CDB, geralmente sem corretagem; cheque eventuais taxas.
- Poupança: isenta de IR e IOF, liquidez imediata; rendimentos caem na data de aniversário do depósito.
Riscos e segurança
- CDBs de bancos podem ter FGC (até R$ 250 mil por CPF/instituição; limite global de R$ 1 milhão a cada 4 anos).
- Fundos DI não têm FGC, mas o risco é o da carteira (títulos públicos/privados de baixíssimo risco).
- Poupança tem garantia do FGC nas mesmas condições por instituição.
Quando usar cada um
Poupança: quando faz sentido
- Micro-reservas para o dia a dia e valores muito pequenos, pela praticidade.
- Quem não quer lidar com IR, ainda que aceite retorno menor.
CDI (CDB/Fundos DI): quando brilha
- Reserva de emergência com CDB de liquidez diária (de banco sólido) ou fundo DI de baixa taxa.
- Objetivos de curto prazo (6–24 meses), buscando rendimento superior à poupança com risco controlado.
- Quando você pode manter o aporte por mais de 2 anos, se beneficiando da alíquota mínima de IR (15%).
Como decidir (framework simples)
- Prazo e liquidez: precisa do dinheiro a qualquer momento? Prefira CDB liquidez diária ou fundo DI; poupança serve para quantias pequenas e imediatas.
- Retorno líquido: compare após IR (no CDB/fundos) vs isento (poupança).
- Segurança: use FGC a seu favor em CDB; em fundos, verifique a política de crédito.
- Disciplina: ative aportes automáticos; constância vale mais que “caçar taxa”.
Exemplos práticos
- Reserva de emergência (R$ 10 mil): CDB 100%–105% do CDI com liquidez diária e banco de qualidade.
- Viagem em 12 meses: CDB pós-fixado ao CDI ou fundo DI de baixa taxa.
- Caixa PJ/MEI: combine fundos DI + CDBs em escada de prazos para previsibilidade.
Checklist de 1 minuto
- Comparei retorno líquido (CDI x poupança)?
- Preciso de liquidez diária?
- O CDB tem FGC e estou dentro dos limites?
- Prazo > 2 anos? Aproveito IR de 15%.
- Ativei aportes automáticos?
Conclusão
Para quem busca rentabilidade consistente com segurança e liquidez, os produtos atrelados ao CDI costumam superar a poupança ao longo do tempo — principalmente em cenários de juros médios/altos. A poupança segue útil pela simplicidade, mas raramente é a melhor resposta para quem deseja fazer o dinheiro render de verdade. Compare sempre no líquido, respeite seu prazo e use o FGC com inteligência. O resultado é uma reserva robusta e metas mais próximas.