Previdência privada é muito mais do que “guardar para o futuro”: é planejamento tributário hoje e renda amanhã. A dúvida clássica — PGBL ou VGBL? — tem resposta objetiva quando você entende tributação, dedução e prazo. Este guia te dá um passo a passo simples para escolher certo e não deixar dinheiro na mesa.
PGBL vs VGBL em 1 minuto
- PGBL: permite deduzir contribuições do IR até 12% da renda tributável (para quem declara no modelo completo). O imposto é cobrado sobre o total no resgate/benefício (contribuições + rendimentos). Serviços e Informações do Brasil
- VGBL: não é dedutível; em contrapartida, no resgate/benefício o IR incide apenas sobre os rendimentos (o principal não é tributado). Serviços e Informações do Brasil+1
Regra de bolso: declara completo e contribui para INSS/regime próprio? PGBL costuma ser melhor. Declara simplificado ou já bateu 12%? VGBL tende a ser o caminho. Serviços e Informações do Brasil
Tabelas de tributação: progressiva x regressiva
- Progressiva: segue a tabela mensal do IR (mesma lógica do salário). Boa para quem terá faixa baixa de IR na aposentadoria ou pretende usar isenções. Serviços e Informações do Brasil
- Regressiva: a alíquota cai com o tempo do dinheiro no plano (35% até 2 anos → … → 10% após 10 anos). Ideal para longo prazo e quem não usará deduções anuais na aposentadoria. RS-Prev+1
Novidade importante: desde a Lei 14.803/2024, você pode escolher a tabela (progressiva ou regressiva) no momento do benefício ou do primeiro resgate — e não mais só na adesão. Planejamento ficou mais flexível. Portal da Câmara dos Deputados+1
Como escolher na prática (roteiro em 4 passos)
1) Declare seu perfil fiscal
- Usa modelo completo do IR + contribui para INSS/regime próprio?
- → Priorize PGBL até 12% da renda tributável (o excedente pode ir ao VGBL). Serviços e Informações do Brasil
- Usa modelo simplificado ou é isento?
- → VGBL (não há benefício de dedução). Serviços e Informações do Brasil
2) Defina o horizonte e a tabela
- Até 5 anos: tende a fazer sentido progressiva (resgates curtos sofrem na regressiva). Serviços e Informações do Brasil
- 10+ anos: regressiva costuma ganhar (alíquota final de 10%). RS-Prev
3) Planeje a janela de decisão
- Deixe para bater o martelo sobre a tabela só no benefício/resgate, aproveitando a lei nova (mais informação, melhor decisão). Portal da Câmara dos Deputados
4) Execute com automação
- Aporte mensal automático (D+1 do salário).
- Faça portabilidade se a taxa do seu plano for alta.
Exemplos rápidos (R$)
Caso A — CLT, modelo completo
Renda tributável anual: R$ 120.000 → teto PGBL para dedução = R$ 14.400 (12%).
Estratégia: aporte R$ 14.400 em PGBL (dedução agora) + excedente em VGBL. Tabela: deixar para decidir no benefício (regra nova). Serviços e Informações do Brasil+1
Caso B — MEI/Autônomo no simplificado
Sem benefício de dedução no completo → VGBL. Se objetivo é 20+ anos, avaliar regressiva visando alíquota 10%. Serviços e Informações do Brasil+1
Taxas e fundos: onde muita gente erra
- Taxa de administração baixa e arquitetura aberta (fundos/estratégias diversificadas).
- Evite taxa de carregamento (entrada/saída).
- Portabilidade é sua amiga: troque caro por barato sem pagar IR no meio do caminho (IR só no resgate/benefício).
Perguntas rápidas
Posso ter PGBL e VGBL ao mesmo tempo?
Sim — e é comum. PGBL até 12% (dedutível) + VGBL para excedentes/planejamento sucessório. Serviços e Informações do Brasil
E se eu resgatar antes do prazo?
Na regressiva, cada aporte tem seu “relógio” de alíquota; resgates cedo pagam alíquota maior. RS-Prev
A nova lei vale para planos antigos?
Sim: a Lei 14.803/2024 regula a opção na hora do benefício/resgate (há regras e prazos específicos; confirme com a entidade do seu plano). Serviços e Informações do Brasil
Checklist de decisão (printável)
- Meu modelo de IR (completo/simplificado)
- Contribuo para INSS/regime próprio (sim/não)
- Espaço de 12% para PGBL calculado
- Horizonte (anos) e necessidade de renda
- Tabela preferida hoje (sabendo que posso decidir no resgate/benefício)
- Taxas do plano comparadas (adm./carregamento)
- Automação do aporte ativada
Conclusão
A escolha certa entre PGBL e VGBL nasce de três decisões: (1) seu modelo de IR (deduz ou não), (2) seu horizonte (curto x longo) e (3) a tabela (progressiva x regressiva) — agora decidida no momento certo graças à Lei 14.803/2024. Faça a seleção com método, mantenha custos baixos e deixe o tempo trabalhar por você.