A reserva de emergência é o colchão que te permite dormir tranquilo — e não é lugar para apostas. Entre as opções mais buscadas estão Tesouro Selic e CDB com liquidez diária. Qual deles é melhor para 2025? Depende do seu perfil, custos e do cuidado com detalhes que muita gente ignora. Este guia te mostra como escolher sem complicação.
O que é (e o que não é) reserva de emergência
- Objetivo: cobrir imprevistos (saúde, carro, emprego) por 3 a 6 meses de gastos.
- Prioridades: liquidez imediata, segurança e previsibilidade.
- Não é: lugar para perseguir “o maior rendimento” ou travar prazos longos.
Opção 1: Tesouro Selic (pós-fixado)
Como funciona
Título público atrelado à taxa Selic, com recompra diária pelo Tesouro. É o padrão-ouro da liquidez na renda fixa.
Prós
- Liquidez diária oficial e transparente.
- Baixíssimo risco (título soberano).
- Ideal para valores elevados, sem limite de garantia por instituição.
Contras
- Pode ter custos de plataforma/custódia dependendo da corretora.
- Oscilações mínimas intradiárias por marcação a mercado (geralmente irrelevantes para quem carrega por alguns dias).
Quando escolher
- Você quer simplicidade e previsibilidade máximas.
- Planeja manter toda a reserva no mesmo lugar, inclusive valores maiores.
Opção 2: CDB com liquidez diária
Como funciona
Título bancário que pode render um percentual do CDI, com resgate a qualquer momento.
Prós
- Rentabilidade competitiva quando paga ≥100% do CDI.
- FGC: garantia de até R$ 250 mil por CPF por instituição (limite global de R$ 1 milhão a cada 4 anos).
- Algumas instituições não cobram taxa.
Contras
- Risco do emissor (mitigado pelo FGC, mas respeite limites).
- Liquidez “D+0/D+1” pode variar conforme o banco.
- Taxas abaixo de 100% do CDI reduzem o ganho real.
Quando escolher
- Você tem conta em banco/fintech que oferece ≥100% do CDI com resgate imediato.
- Vai dividir a reserva entre mais de um emissor respeitando os limites do FGC.
Tributação (vale para ambos)
- IR regressivo sobre os juros: 22,5% (até 6 meses) → 20% (6–12) → 17,5% (12–24) → 15% (acima de 24).
- IOF apenas se resgatar antes de 30 dias (evite).
Dica: para quem aporta todo mês, a média do prazo cresce com o tempo, levando a alíquotas menores.
Critérios de desempate (use como checklist)
- Liquidez real: saque “D+0” na prática? Em qual horário?
- Garantias: Tesouro tem risco soberano; CDB depende do FGC (diversifique emissores).
- Custos: compare taxas da corretora/plataforma e a taxa embutida do produto.
- Rentabilidade líquida: CDB ≥100% do CDI tende a empatar/ganhar do Tesouro Selic se não houver taxas.
- Teto por emissor: no CDB, não ultrapasse R$ 250 mil por instituição.
- Operacional: facilidade de aporte, agendamento, resgate fora do horário comercial.
Exemplo prático (decisão em 3 passos)
- Mapeie custos: sua corretora cobra algo no Tesouro Selic? Se sim, veja se um CDB diário sem taxas compensa.
- Teste a liquidez: faça um resgate pequeno em cada opção e anote horário de crédito.
- Distribua:
- Até R$ 50 mil: escolha a melhor liquidez (Tesouro Selic ou CDB ≥100% do CDI).
- R$ 50–250 mil: combine Tesouro Selic + CDB diário de banco sólido.
- Acima de R$ 250 mil: mantenha Tesouro Selic como base e, se quiser, espalhe CDBs entre múltiplos emissores respeitando o FGC.
Erros comuns (e como evitar)
- Caçar taxa e abrir mão de liquidez imediata.
- Estourar o limite do FGC no mesmo banco.
- Resgatar em menos de 30 dias (paga IOF).
- Deixar a reserva em conta corrente ou poupança por comodidade.
- Ignorar taxas ocultas e prazos de crédito no resgate.
Modelo simples de alocação
- 100% Reserva:
- 60–80% em Tesouro Selic (colchão base).
- 20–40% em CDB diário ≥100% CDI (otimiza liquidez e rendimento).
Rebalanceie semestralmente e mantenha a meta de 3–6 meses de gastos. Se sua renda oscila, mire 9–12 meses.
Conclusão
A melhor reserva de emergência é aquela que você consegue acessar na hora, sem sustos. Se sua corretora não cobra e você tem volumes maiores, o Tesouro Selic é o pilar natural. Se o seu banco/fintech oferece CDB diário competitivo (≥100% CDI), vale dividir para ganhar eficiência sem perder segurança. O segredo está no processo, não no produto.