Se você quer dar um passo consistente rumo à tranquilidade financeira, o Tesouro Direto é um dos caminhos mais simples e seguros para começar. Neste guia claro e direto, você vai entender como funcionam os títulos públicos, quais servem para cada objetivo e como montar uma carteira que protege seu dinheiro e acelera suas metas.
O que é o Tesouro Direto e por que ele é seguro
O Tesouro Direto é a plataforma de compra e venda de títulos públicos federais para pessoas físicas. Ao investir, você empresta dinheiro ao governo e recebe juros em troca.
Segurança: o risco de crédito é do Governo Federal, considerado o menor do mercado local — por isso o Tesouro costuma ser o “piso” da sua estratégia de renda fixa.
Tipos de títulos e quando usar cada um
Tesouro Selic (pós-fixado)
- Como rende: acompanha a taxa Selic.
- Para quem serve: reserva de emergência, caixa e objetivos incertos (pode precisar resgatar a qualquer momento).
- Por que usar: menor oscilação de preço no curto prazo.
Tesouro IPCA+ (híbrido)
- Como rende: inflação (IPCA) + juros reais.
- Para quem serve: objetivos de médio e longo prazo (ex.: aposentadoria, faculdade dos filhos).
- Por que usar: preserva o poder de compra no tempo.
Tesouro Prefixado
- Como rende: taxa fixa definida na compra.
- Para quem serve: metas com prazo definido quando você acredita que as taxas vão cair no futuro.
- Atenção: oscila mais no curto prazo; segure até o vencimento para travar o retorno contratado.
Regra de bolso
- Curto prazo e imprevisível → Selic
- Médio/longo prazo e proteção contra inflação → IPCA+
- Aposta em queda de juros e prazo definido → Prefixado
Como escolher seu título em 3 passos
- Defina o objetivo e prazo
- Emergências (acesso rápido)
- Metas entre 2–5 anos
- Metas de 5–15+ anos
- Escolha a indexação
- Liquidez e estabilidade → Selic
- Manter poder de compra → IPCA+
- Travar taxa nominal → Prefixado
- Combine vencimento e disciplina
- Prefira vencer próximo ao seu objetivo. Se precisar sacar antes, pode haver ganho ou perda conforme o mercado do dia.
Como começar (passo a passo)
- Abra conta em uma corretora habilitada ao Tesouro Direto.
- Transfira o valor que pretende investir.
- No home broker ou no app, escolha o título e o vencimento.
- Programe aportes automáticos (mensais/semanis) para tirar o emocional da jogada.
- Revise a carteira a cada 6–12 meses ou quando os objetivos mudarem.
Custos, impostos e liquidez
- Custos: verifique a taxa de custódia da B3 e eventuais taxas de corretagem (muitas corretoras cobram R$ 0).
- Impostos:
- IR regressivo (sobre os juros): de 22,5% (até 180 dias) a 15% (acima de 720 dias).
- IOF: apenas se resgatar antes de 30 dias.
- Liquidez: o Tesouro recompra títulos em dias úteis. Se vender antes do vencimento, o preço pode oscilar — especialmente em IPCA+ e Prefixados.
Estratégias práticas que funcionam
1) Reserva de emergência “à prova de sustos”
- 3 a 6 meses do seu custo de vida em Tesouro Selic.
- Aporte automático no dia seguinte ao salário.
2) Metas de médio prazo sem perder o sono
- Divida: 70% Selic + 30% Prefixado com vencimentos próximos à sua meta (ex.: compra de carro em 3–4 anos).
3) Aposentadoria com proteção real
- IPCA+ com vencimentos longos (ex.: 2035/2045).
- Aporte mensal (DCA) para suavizar oscilações e capturar juros reais no tempo.
Erros comuns (e como evitar)
- Usar IPCA+ ou Prefixado para emergência → pode pegar o mercado em baixa no dia do resgate.
- Ignorar o vencimento → desalinhamento com a meta aumenta risco de vender antes da hora.
- Trocar tudo a cada manchete → evite decisões por notícias; confie no plano.
- Comparar rentabilidade só no curto prazo → títulos longos flutuam; a referência é o vencimento.
Exemplo de alocação por objetivos
- Curto prazo (0–2 anos): 100% Tesouro Selic
- Médio prazo (2–5 anos): 60–80% Selic + 20–40% Prefixado
- Longo prazo (5+ anos): 60–80% IPCA+ + 20–40% Selic/Prefixado (ajuste conforme tolerância a volatilidade)
Dica premium: pense nos títulos como “baldes de tempo”. Quanto mais distante o objetivo, maior pode ser a parcela de IPCA+ para blindar o poder de compra.
Checklist em 10 minutos
- Liste seus objetivos e prazos
- Monte a reserva em Tesouro Selic
- Escolha 1–2 vencimentos por objetivo
- Ative aportes automáticos
- Salve um lembrete de revisão semestral
Conclusão
O Tesouro Direto é a base de uma estratégia sólida: simples de usar, transparente e alinhado a metas reais. Comece pelo Selic, evolua para IPCA+ e Prefixado com prazos definidos e, acima de tudo, mantenha constância. É assim que o dinheiro trabalha por você — todos os meses, discretamente, rumo à sua liberdade financeira.