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Ver uma taxa “15% ao ano” no Tesouro Prefixado é tentador — mas quanto isso vira no seu bolso, depois de impostos e do tempo? Neste guia premium e direto, você vai aprender a estimar o rendimento do Tesouro Prefixado a 15% a.a., entender quando ele brilha, os riscos de marcação a mercado e um passo a passo para decidir com segurança.

O que significa “Prefixado a 15% a.a.”

Você está travando hoje uma taxa nominal de 15% ao ano até o vencimento. Se carregar o título até a data final, seu retorno bruto tende a ser próximo a essa taxa contratada.

Conversão didática: 15% a.a. ≈ 1,17% ao mês (aprox. (1,15)1/12−1(1{,}15)^{1/12}-1(1,15)1/12−1).

Simulações: R$ 10.000 aplicados a 15% a.a.

Hipóteses: compra e manutenção até o vencimento (sem venda antecipada). IR conforme tabela regressiva sobre os juros; ignoramos taxas operacionais para simplificar a comparação (adicione-as se houver na sua instituição).

1 ano (≈ 365 dias)

  • Bruto: 10.000×1,15=R$11.50010.000 \times 1{,}15 = R\$ 11.50010.000×1,15=R$11.500
  • Ganho bruto: R$ 1.500
  • IR (20%): R$ 300
  • Líquido aproximado: R$ 11.200+12,0% no ano

2 anos (≈ 730 dias)

  • Bruto: 10.000×1,152=R$13.22510.000 \times 1{,}15^2 = R\$ 13.22510.000×1,152=R$13.225
  • Ganho bruto: R$ 3.225
  • IR (15%): R$ 483,75
  • Líquido aproximado: R$ 12.741,25+27,4% no período
  • Média a.a. líquida (~): 12,8% a.a.

3 anos

  • Bruto: 10.000×1,153=R$15.208,7510.000 \times 1{,}15^3 = R\$ 15.208,7510.000×1,153=R$15.208,75
  • Ganho bruto: R$ 5.208,75
  • IR (15%): R$ 781,31
  • Líquido aproximado: R$ 14.427,44+44,3% no período
  • Média a.a. líquida (~): 12,9% a.a.

5 anos

  • Bruto: 10.000×1,155≈R$20.113,5710.000 \times 1{,}15^5 \approx R\$ 20.113,5710.000×1,155≈R$20.113,57
  • Ganho bruto: R$ 10.113,57
  • IR (15%): R$ 1.517,04
  • Líquido aproximado: R$ 18.596,53+85,9% no período
  • Média a.a. líquida (~): 13,2% a.a.
Observação importante: as alíquotas do IR (22,5% até 180 dias; 20% até 360; 17,5% até 720; 15% acima de 720 dias) incidem apenas sobre os juros. Para o seu caso real, some eventuais taxas da corretora/B3 conforme regra vigente.

Prefixado x Inflação: o que “rende mais” de verdade

  • Prefixado (15% a.a.): você trava o retorno nominal.
  • IPCA+ (juros reais + inflação): você trava o retorno real.
  • Para saber quem “ganha”, estime a inflação média (breakeven):
  • Se o IPCA médio do período ficar abaixo de ~15% – juro real do IPCA+, o Prefixado tende a levar vantagem nominal; se ficar acima, o IPCA+ protege melhor o poder de compra.
Regra prática: metas datadas e visão de queda de juros → Prefixado. Metas longas e defesa do poder de compra → IPCA+.

Marcação a mercado: por que o preço oscila antes do vencimento

Mesmo tendo “15% a.a. na etiqueta”, o preço do título varia diariamente. Se os juros subirem após sua compra, o preço cai (e vice-versa).

  • Se você carregar até o vencimento: recebe a taxa travada.
  • Se vender antes: pode ter ganho ou perda no dia — especialmente em títulos mais longos (maior duração).
Tradução: casa o vencimento com a data da sua meta para não ser refém do humor do mercado.

Prefixado com ou sem cupons semestrais

  • Sem cupons (LTN/Prefixado “puro”): você recebe tudo no final; juros compostos trabalham por mais tempo.
  • Com cupons (NTN-F/Prefixado com juros): paga “aluguéis” a cada 6 meses, adianta fluxo de caixa, porém reduz a capitalização interna.

Quando faz mais sentido travar 15% a.a.

  • Você tem uma meta com data definida (ex.: 2–5 anos) e quer previsibilidade nominal.
  • Acredita que Selic e inflação tendem a cair mais do que o mercado já projeta.
  • Topa volatilidade de curto prazo sem precisar vender antes.

Erros comuns (e como evitar)

  • Usar Prefixado para reserva de emergência. Liquidez importa mais; prefira pós-fixados.
  • Ignorar o vencimento. Vencer depois da sua meta te força a vender no mercado.
  • Comparar só taxa “bruta”. Decisão deve considerar IR, taxas e inflação.
  • Trocar de título por manchete. Tenha política de alocação e faça rebalanceamento periódico.

Checklist de decisão (2 minutos)

  • Objetivo e data do resgate definidos
  • Vencimento do título coincide com a meta
  • Entendi o impacto do IR no prazo do investimento
  • Estou confortável com a marcação a mercado até o vencimento
  • Comparei com alternativas (pós-fixado/IPCA+) no líquido

Como executar (passo a passo)

  1. Defina o valor e o prazo (data exata).
  2. Escolha o título (Prefixado com ou sem cupons) cujo vencimento fique próximo à sua meta.
  3. Programe aportes automáticos (DCA) para diluir preço e tirar o emocional da jogada.
  4. Acompanhe sem ansiedade: revise semestralmente; não confunda oscilação diária com “perda” se você vai até o fim.

Conclusão

Um Tesouro Prefixado a 15% a.a. pode entregar excelente retorno líquido quando você carrega até o vencimento e casa o prazo com a meta. Use-o como peça tática para metas datadas e cenários de queda de juros — e mantenha, no restante da carteira, proteções como pós-fixados (liquidez) e IPCA+ (poder de compra). Disciplina > manchete: é isso que transforma taxa contratada em resultado real.

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